Associação continua em discussões com as autoridades locais
Da redação
A Clia Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros) e seus associados optaram por, novamente, estender a suspensão voluntária da temporada brasileira de cruzeiros até 4 de março. Anteriormente, o retorno estava previsto para 18 de fevereiro.
Essa é a terceira vez que a retomada dos cruzeiros é adiada. Cinco navios da MSC Cruzeiros e da Costa Cruzeiros estão fundeados no litoral brasileiro desde janeiro, quando as últimas viagens foram finalizadas, antes da suspensão voluntária.
Novamente, a decisão visa dar continuidade ao trabalho com as autoridades nacionais, estaduais e municipais para a retomada dos cruzeiros. Em comunicado à imprensa, a CLIA explica que, segundo a Portaria Interministerial nº 666, publicada em 20 de janeiro de 2022, é necessário que todos os estados e municípios que recebem os cruzeiros estejam alinhados com os requisitos que apoiam o retorno das operações – e com os procedimentos e exigências dos rígidos protocolos de segurança estabelecidos pela Anvisa. As operações de cruzeiros possuem características técnicas específicas, que precisam ser trabalhadas com total uniformidade em todo o território nacional.
Procedimentos a bordo
A CLIA reforça que os cruzeiros são o único segmento que exige, antes do embarque para passageiros e tripulantes, níveis extremamente altos de vacinação e 100% de testes de cada indivíduo. Além disso, esse é o único setor que monitora, coleta e relata continuamente informações de casos diretamente aos órgãos governamentais.
As medidas de segurança estabelecidas no início da temporada no Brasil são rigorosas, e seguidas à risca pelas companhias. A CLIA explica que, quando os casos são identificados, como resultado da frequência dos testes a bordo, os protocolos dos navios de cruzeiro ajudam a maximizar a contenção com procedimentos de resposta rápida, projetados para proteger todos os hóspedes e tripulantes, bem como as comunidades que os navios visitam.
Dada essa supervisão e a alta taxa de vacinação exigida a bordo, a incidência de doenças graves é consideravelmente menor do que em terra e as hospitalizações têm sido raras.
Segundo a associação, de um total de aproximadamente 130 mil passageiros transportados, entre 5 de novembro e 3 de janeiro de 2021, cerca de 1.100 casos foram confirmados, o que representa menos de 1% do total das pessoas atendidas (incluindo hóspedes e tripulantes).
Impacto na economia
Em estudo da CLIA Brasil, realizado com a FGV, estima-se que cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto para a economia brasileira. A cada 13 cruzeiristas, um emprego é gerado.
A temporada atual, que teve início em novembro de 2021, tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão, além da geração de 24 mil empregos, envolvendo uma cadeia extensa de setores da economia, entre eles comércio, alimentação, transportes, hospedagem, serviços turísticos, agenciamento, receptivos e combustíveis, entre outros. Mais de 7 mil tripulantes brasileiros e estrangeiros esperam a bordo para retomar suas atividades – sendo que esses profissionais já começaram a receber a 3ª dose da vacina contra a covid-19.