A empresa, que completa 10 anos este mês, entra para o sistema Krooze com AmaWaterways e Viva Cruises
Por Aline Andrade
A Velle Representações celebra em 2025 uma década de atuação como representante de cruzeiros fluviais e marítimos de alto padrão no Brasil. Fundada a partir da reestruturação da antiga Firstar, a empresa passou a focar em marcas de nicho e alto valor agregado, como AmaWaterways, Scenic, Viva Cruises e Norwegian Cruise Line. À frente da operação está Ricardo Alves, diretor executivo com mais de 40 anos de experiência no setor, que tem liderado a expansão do portfólio e a consolidação da Velle como referência nesse mercado.
Em entrevista à Krooze, Ricardo falou sobre os recentes investimentos em tecnologia, como a integração das marcas AmaWaterways e Viva Cruises à plataforma Krooze, que amplia a autonomia dos agentes de viagens no processo de reservas. Ele também destacou os diferenciais entre as marcas representadas e o potencial do turismo fluvial para o público brasileiro — um nicho que, embora ainda de difícil acesso para muitos agentes, têm crescido com estratégias como grupos acompanhados em português.
Da Blautour à Velle Representações: uma história que começa nos anos 1980
Ricardo, da Velle Representaçãoes, começou sua carreira como agente de viagens e foi um dos fundadores da agência Blautour, ainda em operação após 38 anos, embora atualmente ele se dedique integralmente à Velle. Durante décadas, especializou-se em viagens de incentivo, até realizar seus últimos grupos em 2023, um a bordo da MSC e outro na Royal Caribbean.
A história da Velle começa oficialmente em 2002, quando Estela Farina, hoje diretora da Norwegian Cruise Line no Brasil, fundou a Firstar para representar, com exclusividade no Brasil, a Norwegian Cruise Line (NCL). Em 2008, a empresa começou a diversificar seu portfólio com cruzeiros fluviais, passando a representar marcas como AmaWaterways, Viking e Scenic.
Com a entrada direta da NCL no mercado brasileiro em 2014, a Firstar foi rebatizada como Velle Representações em 2015, dando início a um novo ciclo focado no segmento fluvial e, posteriormente, em cruzeiros marítimos e de expedição de alto padrão.
Expansão do portfólio e foco em nichos
Inicialmente com seis marcas — AmaWaterways, Viking, Avalon, Uniworld, Scenic e Emerald — a Velle Representações expandiu seu escopo para incluir o marítimo e o de expedição, sempre mantendo um padrão de qualidade.
“Hoje, a Velle representa marcas como Scenic Eclipse, Emerald Azzurra, Atlas Ocean Voyages, Explora Journeys, Oceania, Regent Seven Seas, Swan Hellenic e Viva Cruises”, afirma Ricardo. O portfólio tem como critério o alto nível de entrega: experiências completas, navios de pequeno porte, gastronomia premium, bebidas inclusas durante as refeições, e, na maioria dos casos, passeios em terra incluídos.
“Luxo” como experiência, não ostentação
Ricardo evita o termo “luxo” como sinônimo de ostentação. Para ele, trata-se da qualidade da experiência — muitas vezes ligada à emoção e ao contato genuíno com o destino, mais do que a atributos materiais. “A gente viveu uma experiência incrível nadando com uma tartaruga durante um snorkeling. Aquilo foi luxo, porque foi inesquecível. E nem era num cruzeiro de luxo”, conta.
Ele destaca também o preparo técnico da equipe da Velle Representações como um pilar. “Todos os nossos colaboradores já embarcaram em pelo menos um dos nossos produtos, especialmente os fluviais, que são mais difíceis de vender. Isso garante conhecimento real do que estamos oferecendo”.
Grupos como estratégia de acesso ao mercado com a Velle Representações
O idioma ainda é um dos principais obstáculos na comercialização de cruzeiros fluviais no Brasil. “Como a maior parte dos passeios e conteúdos a bordo são em inglês, o brasileiro médio — que ainda tem um nível de fluência baixo — se sente inseguro”, aponta. Por isso, grupos com guias que falam português são uma solução eficiente e representam hoje a maior parte das vendas da Velle.
Inclusive, a empresa lançou um grupo próprio, aberto a agentes que não conseguem formar grupos inteiros, para que seus clientes possam viajar com acompanhamento em português.
Perfil do cliente e comportamento de compra
Apesar do estigma de que cruzeiro fluvial é “coisa de velhinho”, Ricardo desmistifica a ideia: “O ritmo é puxado. Tem passeio de manhã, de tarde, muita caminhada. É cansativo e exige disposição”.
O perfil do cliente da Velle varia conforme a época do ano. Nas pontas de temporada (fevereiro-março e outubro-novembro), predominam viajantes mais velhos, atraídos pelos valores mais acessíveis. Já no verão europeu (junho-agosto), surgem famílias e até crianças e adolescentes, apesar da falta de estrutura específica para esse público. No fluvial, apenas a AmaWaterways, por exemplo, oferece cabines conectadas e acomodações para até quatro pessoas da mesma família — desde que os extras tenham menos de 18 anos.
A Viva Cruises, por sua vez, passou a operar o ano todo, ampliando as opções para o mercado brasileiro em busca de novas experiências fora do tradicional calendário fluvial europeu.
A Velle Representações, que em 2025 celebra 10 anos de atuação, dá mais um passo importante rumo à modernização de seus processos e ampliação de mercado. Ricardo Alves, sócio da empresa, compartilhou em entrevista à Krooze os desafios da integração com a plataforma Krooze, os diferenciais entre as marcas AmaWaterways e Viva Cruises e as perspectivas da empresa diante de novos lançamentos de navios e do futuro do turismo fluvial no Brasil.
Integração tecnológica com a Krooze: mais autonomia para os agentes
A entrada da Velle no Sistema Krooze com as marcas AmaWaterways e Viva Cruises representa um marco importante para a empresa no que diz respeito à tecnologia e autonomia dos agentes de viagens. Ricardo aponta que, por muitos anos, as companhias fluviais representadas — como Scenic, Emerald, Avalon, Woodward, Ama e Viva — operavam de forma muito manual, sem uso de APIs ou integração com sistemas externos.
“Era tudo muito caseiro. Os marítimos sempre estiveram à frente com sistemas mais tecnológicos. Já os fluviais não tinham essa estrutura. Isso dificultava muito a vida do agente, que não conseguia consultar tarifas ou disponibilidade sem nos acionar diretamente”, explica.
A integração com o sistema da Krooze oferece ao agente a possibilidade de fazer cotações, reservas e até pagamentos de forma automatizada. “Os nossos agentes sempre pediram isso. Com o sistema Krooze, o agente entra no link, faz a reserva, paga e pronto. Otimiza tempo e profissionaliza o processo”, afirma.
AmaWaterways vs. Viva Cruises: comparativo entre as marcas fluviais
As duas marcas que estrearam na Krooze, AmaWaterways e Viva Cruises, apresentam características diferentes e complementares. A AmaWaterways, mais consolidada no mercado latino, se destaca pelo preparo técnico e pelo suporte em português. “Eles têm Cruise Managers que falam português. Quando vendemos grupos com antecedência, conseguimos garantir esse acompanhamento a bordo”, diz Ricardo.
Já a Viva Cruises traz atrativos mais voltados à diversidade de roteiros e ao custo-benefício. “Ela sai de portos diferentes, como Berlim e Frankfurt, e oferece itinerários mais curtos, de 3 a 5 noites.”, afirma.
A Viva também oferece open bar durante todo o cruzeiro, enquanto a AmaWaterways inclui bebidas apenas nas refeições. Por outro lado, todos os passeios da Ama estão incluídos, com maior variedade, enquanto a Viva inclui city tours mais simples.
Apesar de recente como marca, a Viva Cruises nasceu de uma empresa com tradição: a Scylla, suíça, especializada na fabricação e fretamento de navios há mais de 50 anos. “Eles têm mais de 50 navios na frota da AmaWaterways. Em 2018, decidiram lançar a Viva apenas para o mercado alemão. Com a experiência da pandemia, abriram o mercado global em 2022 — e aí entramos”, conta Ricardo.
Novos navios, mais oferta e maior competitividade
O portfólio da Velle também cresce com novidades em construção. O AmaMelodia será lançado ainda em 2025, após o recente lançamento do AmaMagdalena, primeiro navio da AmaWaterways na Colômbia. No Douro, chega o AmaSintra. A Emerald, por sua vez, amplia sua frota com novos iates, como o Emerald Kaia, e anuncia a construção de outros dois modelos nos moldes do Sakara e do Azzurra.
10 anos da Velle: celebração de uma jornada resiliente
Para Ricardo, celebrar 10 anos da Velle é mais do que marcar uma década: é reconhecer a resiliência de uma empresa que superou um dos maiores desafios da história recente, a pandemia.
“A gente sobreviveu. E, em meados de 2021, notamos uma mudança. Não era só a volta da venda, era o aumento da curiosidade, da busca por informação. Fizemos webinars, lives e vimos o B2C também se interessando. Isso nos confirmou que estávamos no caminho certo”, diz.
O evento de comemoração, marcado para sexta-feira, 9, simboliza essa conquista. “Num país onde a maioria das empresas não chega a 10 anos, a gente não só chegou como está olhando para frente. Comemoramos não por vaidade, mas por termos resistido e evoluído”, finaliza.
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