Aos 77 anos, Sharon Lane embarcou em uma jornada sem data para acabar — e encontrou no mar o seu lugar feliz
Por Redação Krooze
Quando Sharon Lane embarcou no cruzeiro Villa Vie Odyssey em junho, foi tomada por uma mistura de alegria e alívio. Aos 77 anos, ela deixava para trás sua vida na Califórnia para realizar um sonho antigo: viver em um navio de cruzeiro por 15 anos, sem planos de voltar à vida em terra firme.
“Finalmente posso fazer o que quero fazer há anos”, contou à CNN Travel. Mas, ao contrário da maioria dos passageiros que embarcam em cruzeiros de férias, Lane está ali para ficar. Ela comprou uma cabine a bordo do navio residencial da startup Villa Vie Residences e pretende passar os próximos anos circunavegando o planeta, visitando destinos que vão do Japão à Nova Zelândia.
Casa – cruzeiro – nova em alto-mar
O Villa Vie Odyssey é um navio de cruzeiro convertido em residência flutuante. Longe do formato tradicional de viagens curtas, suas cabines são vendidas para estadias de longa duração, com validade de até 15 anos — vida útil estimada do navio, que foi reformado recentemente após três décadas de serviço.
Lane é uma entre vários passageiros que enfrentaram uma espera longa e até frustrante. O lançamento do navio, inicialmente previsto para o começo de 2024, sofreu atrasos. Além disso, muitos já tinham se decepcionado com projetos similares que fracassaram antes mesmo de zarpar. Mas o Odyssey finalmente saiu do papel e zarpou no fim de setembro do ano passado. Lane embarcou meses depois, quando o navio passou por San Diego, sua cidade natal.
Um novo estilo de vida
Segundo Mikael Petterson, CEO da Villa Vie Residences, os preços das cabines variam a partir de US$ 129 mil para interiores, com mensalidades de US$ 2 mil por pessoa em ocupação dupla. Cabines externas custam a partir de US$ 169 mil, com taxas mensais que chegam a US$ 3 mil para ocupação individual. O valor inclui refeições, bebidas não alcoólicas, internet, consultas médicas básicas, serviço de quarto 24h, lavanderia quinzenal e limpeza semanal.
Lane diz que investiu suas economias na compra da cabine, mas considera o custo-benefício vantajoso. “Morar no navio é muito mais barato do que viver no sul da Califórnia”, afirma. “Não preciso mais lavar roupa, nem fazer compras. Está tudo incluído.”
A bordo, a vida segue com programação de entretenimento, artistas locais em alguns portos e até um “canto dos palestrantes”, onde moradores compartilham conhecimentos. Entre os residentes estão desde cientistas a um ganhador do Prêmio Nobel da Paz. “É uma comunidade diversa e engajada”, afirma Petterson.
O mar como endereço fixo
Mesmo com tantas possibilidades em terra, Lane conta que o que mais gosta é de estar no convés. “Minha cabine é só para dormir. Fico na parte da frente do navio, porque lá sinto mais o movimento do oceano — e eu gosto disso”, diz. “Estar no convés de um navio é o meu lugar feliz.”
Ela não se sente sozinha: segundo a Villa Vie, mais da metade dos moradores viajam sozinhos, e cerca de 80% são dos EUA ou Canadá. Lane afirma que encontrou um senso de pertencimento com os demais residentes, todos apaixonados por viagens. “Quando você está com pessoas que pensam como você, a vida fica mais fácil.”
Caso algo mude, os proprietários podem revender suas cabines. Mas Lane espera completar o ciclo completo. “Claro, em 15 anos talvez eu esteja pronta para um lar… Ou talvez eu embarque no próximo navio deles.”
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