Velejadores comemoram quatro décadas de aventuras realizando sua quarta volta ao mundo com a expedição Voz dos Oceanos
Por Redação Krooze
A família de navegadores mais querida do país celebra este mês, quatro décadas do início de suas aventuras pelos mares do mundo. Há 40 anos, a Família Schurmann iniciou a jornada que os consagraria como a primeira família a dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro (entre 1984 e 1994). E, para celebrar o marco, realiza então sua quarta circunavegação do globo terrestre. A expedição Voz dos Oceanos está em andamento a bordo do veleiro Kat.
A expedição é apoiada pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), e a primeira etapa já foi concluída. Agora, a família se prepara para embarcar novamente no veleiro sustentável Kat para concluir, até 2025, a travessia entre Nova Zelândia e Brasil. No entanto, as quatro décadas serão celebradas de forma muito especial, voltando a navegar pela costa brasileira. O grupo irá se dividir em duas embarcações dedicadas à expedição Voz dos Oceanos. O Kat, em águas internacionais, e um segundo veleiro que navegará do sul ao norte do país.
Uma vida dedicada à navegação
A história de navegação da Família Schurmann começou em 14 de abril de 1984. Foi quando o casal Vilfredo e Heloisa partiram de Florianópolis, Santa Catarina, para sua primeira volta ao mundo em um veleiro. Estavam a bordo, igualmente, os filhos Wilhelm, David e Pierre, na época com 7, 10 e 15 anos, respectivamente. Juntos, eles navegaram pela costa brasileira e pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico a fim de completar sua primeira volta ao mundo. Foram dez anos de aventuras, conhecendo povos e culturas diversas, enquanto os meninos cresciam e estudavam a bordo.
Em 1997, começaram a segunda expedição com uma nova tripulante: a filha Kat, então com 5 anos. A viagem Magalhães Global Adventure foi acompanhada por milhões de pessoas no Brasil e em mais 43 países, via internet e TV. Durante 912 dias, a Família Schurmann percorreu 60.481 quilômetros, passando por 48 portos, 31 ilhas, 19 países e nove territórios. A última etapa reproduziu a rota de Pedro Alvares Cabral, desde Portugal até a Bahia. E a chegada, em 22 de abril de 2000, celebrou os 500 do Descobrimento do Brasil.
Em setembro de 2014, a bordo do recém construído veleiro Kat, a família voltou ao mar para a Expedição Oriente. A terceira volta ao mundo foi concluída, então, em dezembro de 2016, depois de 800 dias de navegação por lugares inéditos, incluindo a Antártica e a China.
Voz dos Oceanos
A expedição Voz dos Oceanos nasceu da urgência em contribuir para a sustentabilidade marítima. Experiências como a navegação em lugares como West Fayu e Henderson Island (ambas ilhas de difícil acesso no Oceano Pacífico, já invadidas por resíduos plásticos de todo o mundo) mostraram que era preciso agir.
Nesse sentido, atua por mar e terra com a missão de conscientizar sobre a invasão e poluição dos resíduos – incluindo plásticos e micro plásticos – no oceano. Enquanto navegam, os Schurmann realizam ações de mobilização e conscientização direcionadas para pessoas, empresas e governos, com foco na mudança de hábitos.
Em dois anos, já navegou por quase toda a costa brasileira (de Santa Catarina ao Pará, incluindo uma jornada pelos rios da região amazônica); bem como a região do Caribe; o litoral leste dos Estados Unidos; México; Canal do Panamá; Polinésia Francesa; até chegar na Nova Zelândia, concluindo a primeira etapa da missão.
A expedição em 2024
Este ano, a Nova Zelândia será o ponto de partida da segunda fase da expedição com a navegação do veleiro Kat pelos oceanos Pacífico, finalizando a jornada pela Oceania; Índico, passando pela Ásia e África; bem como Atlântico, incluindo África e América do Sul. Retorna, então, ao Brasil, completando a quarta volta ao mundo da Família Schurmann.
Ao mesmo tempo, e como parte das comemorações dos 40 anos de navegação da Família Schurmann, um segundo veleiro volta a percorrer a costa brasileira, sempre com um representante da família a bordo. Essa próxima etapa continuará sendo guiada pela invasão de resíduos plásticos, observando seus efeitos na perda da biodiversidade e danos à saúde humana. Mas navegará atenta também às consequências da crise climática, como o branqueamento de corais e o movimento de refugiados climáticos.