Durante seis noites de expedição pela costa brasileira, ícones da vela viveram uma imersão única de troca, inspiração e descoberta
Por Aline Andrade
Publicado às 14h24
A bordo do SH Vega, navio de expedição da Swan Hellenic, nomes consagrados da vela brasileira e internacional embarcaram em uma jornada que combinou paisagens deslumbrantes, reflexão e aprendizado. O roteiro — com embarque em Salvador, passando por Itacaré, Trancoso, Abrolhos, Búzios e Arraial do Cabo, até o Rio de Janeiro — reuniu os velejadores Beto Pandiani, Lars Grael, Kiana Weltzien e os irmãos Katoosh Celso Pereira Neto e Lucas Pereira em uma experiência inédita de convivência intensa.
De acordo com o diretor de vendas da companhia, Gustavo Benetti, a proposta da Swan Hellenic foi transformar a expedição a bordo do SH Vega em uma plataforma de imersão humana. “A ideia de reunir velejadores com trajetórias tão distintas nasceu do desejo de oferecer conteúdo inspirador, aproximando o público do universo náutico. O resultado foi uma convivência marcada por trocas genuínas, que fizeram do SH Vega um verdadeiro ponto de encontro de histórias e visões de mundo”, afirma Benetti.


SH Vega: Abrolhos como um dos destaques da expedição
Entre os destaques do itinerário, a passagem por Abrolhos trouxe uma emoção especial. O grupo observou, de uma nova perspectiva, a área marinha protegida que simboliza o equilíbrio entre conservação e turismo responsável — um valor central da Swan Hellenic, que mantém rigorosos protocolos de sustentabilidade.


Para velejadores acostumados à rotina de barcos menores, a experiência a bordo do SH Vega representou uma nova forma de se relacionar com o oceano. Sem abrir mão do conforto, o navio preserva o espírito explorador e o respeito pela natureza, encantando tanto os convidados quanto os hóspedes.
Vozes do mar: inspirações e aprendizados a bordo
Ao longo da viagem a bordo do SH Vega, o convívio se transformou em um aprendizado mútuo. Cada navegador compartilhou sua maneira singular de enxergar o oceano.
Lars Grael: o respeito e a descoberta
Símbolo do esporte e da resiliência, Lars Grael destacou os valores que o mar ensina:

“Quanto mais você conhece o mar, mais percebe que ainda há muito para descobrir. Respeitar a natureza é o primeiro passo — é ela que dita o ritmo e nos ensina a humildade. O que torna essa experiência a bordo tão especial é justamente o encontro entre diferentes olhares sobre o mar. Aqui, cada velejador compartilha sua própria relação com a vela, e esse intercâmbio enriquece não só a tripulação, mas também os hóspedes, que vêm em busca de relaxamento, descobertas e conhecimento.”
Instagram: Lars Grael
Kiana Weltzien: o ritmo da expedição
Fundadora do projeto Women & The Wind, Kiana Weltzien compartilhou sua visão sobre a convivência e o aprendizado a bordo:
“Foi ótimo poder viver essa experiência e perceber como é diferente esse tipo de viagem. Aqui não há o mesmo tipo de desafio que encontro nas minhas expedições — é outro ritmo, mais confortável, mas ainda assim muito enriquecedor. É incrível poder ter esse tempo de uma semana para fazer as coisas no meu ritmo e, ao mesmo tempo, ter a chance de conhecer um lugar novo todos os dias.”

“Além disso, o fato de estar cercada por pessoas experientes, que compartilham informações sobre o local, a fauna e os animais, torna tudo ainda mais interessante. Mesmo sem o desafio físico de uma travessia, há sempre algo novo a descobrir.”
Instagram: Kiana Weltzien
Beto Pandiani: a Amazônia Azul e a educação
Conhecido por suas travessias extremas, Beto Pandiani refletiu sobre a relação do brasileiro com o oceano:

“O Brasil é um país curioso: tem mais de 8 mil quilômetros de costa, mas pouquíssimos velejadores com projeção. É como se vivêssemos de costas para o oceano. Existe ainda um certo medo do mar, uma distância que nasce da falta de informação. Por isso, toda iniciativa que aproxima as pessoas do mar é extremamente positiva, porque é difícil criar consciência ambiental sobre algo que não se conhece. “
“Acredito que o ponto de partida para mudar isso é a educação ambiental. Mas, para educar, é preciso primeiro conhecer, gostar e entender que o mar não é um lugar a temer, e sim um espaço para se viver, se divertir e se conectar. O mar é a nossa Amazônia Azul, um verdadeiro patrimônio natural. Falta vínculo, e é isso que precisamos transformar.”
Instagram: Beto Pandiani
Irmãos Katoosh: a aventura que inspira
Celso e Lucas Pereira, que deram a volta ao mundo em um veleiro, mostraram como a vida a bordo pode inspirar novas gerações:
“Na verdade, nada disso foi planejado. Quando começamos a nossa viagem, a ideia não era trabalhar com redes sociais — era simplesmente viajar. As redes surgiram como um hobby. Mas, de maneira muito espontânea, o interesse foi crescendo, justamente porque a cultura da vela ainda é muito pequena no Brasil. A comunicação nunca foi o nosso ponto forte — a gente sempre se viu mais como aventureiros —, então foi um baita desafio. Mas, com o tempo, percebemos o poder que essa troca tem. Hoje, vemos tanta gente fazendo projetos incríveis no mar, e é muito legal poder fazer parte desse movimento que inspira e aproxima mais pessoas desse universo.”

Instagram: Irmãos Katoosh
Um horizonte de conexões
Mais do que uma viagem, a expedição do SH Vega foi uma celebração da vida no mar — uma oportunidade de conectar pessoas, histórias e propósitos sob o mesmo horizonte azul. A bordo, entre palestras, mergulhos e conversas ao pôr do sol, cada um dos velejadores encontrou um novo significado para navegar: não apenas atravessar oceanos, mas também compartilhar o que o mar tem de mais valioso — sua capacidade infinita de inspirar.







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