Primeiro navio do projeto Sea Zero prevê utilização de baterias elétricas, painéis solares e tecnologia eólica, entre outras inovações
Por Redação Krooze
A Hurtigruten Norway, empresa norueguesa prestes a comemorar 130 anos, revelou esta semana o projeto do seu primeiro navio com emissão zero de carbono. Anunciado inicialmente em março de 2022, sob o nome de projeto Sea Zero, os planos conceituais foram apresentados ao lado de um consórcio formado por 12 parceiros marítimos, juntamente com a SINTEF, uma das maiores organizações de pesquisa independentes da Europa.
Previsto para 2023, o primeiro navio da Hurtigruten Norway do projeto Sea Zero será elétrico e equipado com baterias de 60 megawatts-hora que carregam no porto, combinadas com uso de tecnologia eólica. Além disso, espera-se que a embarcação apresente inúmeras inovações que não existem atualmente em navios de cruzeiro, incluindo velas retráteis revestidas por painéis solares, manobras comandadas por inteligência artificial, hélices contra rotativas e múltiplos propulsores retráteis.
Dando seguimento as suas operações sustentáveis na costa norueguesa, a Hurtigruten Norway planeja transformar toda sua frota em embarcações com emissão zero, construindo navios menores e personalizados que deixam uma pegada positiva, no mar e na terra.
“Quando anunciamos inicialmente o projeto Sea Zero há mais de um ano, enfrentamos o desafio de não saber quais tecnologias estariam disponíveis para nós em 2030. Nossa tarefa foi abrir caminho para novas inovações e aprimorar as existentes, para atenderem nossos objetivos de sustentabilidade. Embora algumas dessas tecnologias tenham atingido um estágio relativamente avançado, ainda precisam de desenvolvimento para garantir uma implementação bem sucedida. Por outro lado, outras tecnologias ainda estão em desenvolvimento inicial e requerem pesquisa e testes completos. Após um rigoroso estudo de viabilidade, identificamos as tecnologias mais inovadoras para nossos futuros navios de cruzeiro. Estamos empenhados em entregar um navio que supere todos os outros em termos de eficiência energética e sustentabilidade, em apenas alguns anos”, disse Hedda Felin, CEO da Hurtigruten Norway.
Detalhes do projeto emissão zero da Hurtigruten
Os níveis de bateria do novo navio serão exibidos tanto no lado externo do navio como na ponte, onde o capitão e a tripulação dirigem o navio. O consumo deverá reduzir significativamente após o aprimoramento da inteligência artificial que coletará dados sobre os métodos de atracação e desatracação mais eficientes para cada porto, melhorando assim as operações.
Possuirá ainda três plataformas de asas autônomas retráteis, com 1.500 metros quadrados de painéis solares e uma superfície total de vento de 750 metros quadrados, atingindo uma altura máxima de 50 metros, quando totalmente estendida. Além de amplo espaço ao ar livre, suas janelas panorâmicas priorizam vistas espetaculares a bordo e seu formato aerodinâmico resultará em menos resistência do ar, reduzindo o uso de energia.
Os hóspedes também desempenharão um papel fundamental na minimização do consumo de energia por meio de um aplicativo móvel interativo, onde poderão operar a ventilação da cabine, bem como medir seu próprio consumo de água e energia.
“Estamos desenvolvendo o conceito de um projeto de cruzeiro muito inovador e pesquisando para encontrar os métodos ideais para navios de emissão zero. A forma simplificada, com seu casco inovador e soluções de propulsão, não apenas reduz a demanda de energia, mas também aumenta o conforto dos passageiros. No processo, estamos desenvolvendo novas ferramentas de design e explorando novas tecnologias para eficiência energética”, disse Henrik Burvang, gerente de pesquisa e inovação da VARD, empresa de design e construção naval por trás dos conceitos visuais.
O projeto Sea Zero entrou agora em uma fase de dois anos, período onde as tecnologias serão testadas e desenvolvidas para a conclusão final do navio. A atual fase concentra-se na produção de baterias, tecnologia de propulsão, design do casco e práticas sustentáveis que reduzem o uso de energia a um mínimo absoluto. Outro item importante do projeto será o desenvolvimento de novas tecnologias para operações hoteleiras, que podem consumir até 50% da energia total do navio, sendo que a meta é uma redução de energia de 50%, em comparação com os navios atuais da Hurtigruten Norway.